terça-feira, 6 de março de 2012

Marcha das Vadias em Natal, dia 10 de março, 15h00





Mulheres do PSOL no Dia Internacional de Luta das Mulheres




Não há vida digna para as mulheres com violência e sem direitos

O PSOL vem às ruas novamente neste Dia Internacional de Luta das Mulheres para reafirmar que a luta contra o machismo e o capitalismo se faz todo dia. Resistindo e denunciando toda forma de violência sexista, a opressão e o controle sobre nossos corpos e decisões. Almejamos uma sociedade socialista e livre, na qual as mulheres tenham vez e voz, superando definitivamente a opressão de gênero e de classe.

É nesse contexto que denunciamos e combatemos a violência sexista, resultante da ideologia machista e patriarcal que considera a mulher um ser menor, sem direitos, subalterno. Essa violência se repete diariamente e moldou um comportamento de aceitação e trivialidade que nos indigna. Ela se expressa nos vários tipos de violência que se impõem sobre as mulheres, seja a violência física, simbólica, patrimonial, institucional, seja a violência estrutural do sistema capitalista que retira direitos essenciais como saúde, educação, moradia, previdência social, em nome da manutenção do lucro do grande capital.
Se no primeiro mandato da presidenta Dilma houve, já no primeiro mês, cortes de orçamento em áreas sociais importantes para a vida das mulheres, hoje vemos em curso a consolidação de uma política de saúde da mulher vinculada à sua função procriativa e que criminaliza o aborto, como é o caso da Rede Cegonha, da sanção da MP557 (Cadastro de Gravidez) e a nomeação do Senador Marcelo Crivella, principal figura pública da bancada pró-vida no senado, para o Ministério da Pesca.Infelizmente, pautas das mulheres e LGBTs, como a PLC 122 e o kit anti-homofobia, são utilizadas como barganha com a bancada conservadora, evidenciando que o governo petista está do lado dos corruptos e do empresariado brasileiro, desenvolvendo o capitalismo brasileiro e não se preocupa em extinguir as estruturas de sua exploração e opressão.

Com o recrudescimento da violência machista em nosso país, que vem causando o aumento de assassinatos de mulheres vítimas de seus companheiros ou de homens da família, assim como os casos de estupro de mulheres em transportes públicos e lesbofobia, torna-se urgente a implementação do Pacto de Enfrentamento à Violência contra Mulher. Porém, com os cortes nos orçamentos federal e estaduais, não se garante a infra-estrutura e investimentos mínimos necessários para assegurar o funcionamento eficaz da Lei Maria da Penha, o que poderia garantir a vida e integridade física de milhares de mulheres brasileiras.

Por outro lado, a violência estrutural existente em nossa sociedade também trás, consigo, um viés de gênero e de raça. As mulheres negras e indígenas são maioria nos movimentos de luta por moradia e nas comunidades e territórios apropriados pelo setor privado, assim como pelo poder estatal. É com a utilização do aparato policial e judiciário, que o governo Dilma e diversos governos estaduais promovem remoções forçadas nessas comunidades e territórios para destiná-los às obras da Copa do Mundo, às obras do PAC e obras de especulação imobiliária em geral em várias partes do país, principalmente Amazônia e no semiárido nordestino. Um exemplo grave desse tipo de violência foi o ocorrido em Pinheirinho, cidade de São José dos Campos, e o que se anuncia novamente no Quilombo Rio dos Macacos, na Bahia. Outros casos como esses se repetem em várias cidades que sediarão a Copa e em vários territórios indígenas e camponeses com as obras de Belo Monte, da Transposição do Rio São Francisco, entre outros.

Nesta conjuntura tão adversa, é preciso construir o protagonismo feminista e socialista nas lutas e na denúncia das violências sofridas pelas mulheres e pelo conjunto da classe trabalhadora brasileira. A atualidade do Dia Internacional de Luta das Mulheres, que foi inaugurado pelas mulheres russas em 1917, se expressa no enfrentamento da desigualdade de classe e entre homens e mulheres, da violência sexista e dos valores patriarcais ainda tão cristalizados em nossa sociedade. É por isso que as mulheres assumiram o protagonismo em vários movimentos e insurreições por todo o mundo. É por isso que o 8 de março segue sendo uma inspiração na luta feminista do PSOL para continuar lutando por socialismo e liberdade!

Declaração da Marcha Mundial das Mulheres - Dia Internacional de Luta das Mulheres




Neste 8 de março, nós, as mulheres da Marcha Mundial das Mulheres, seguimos marchando, resistindo, e construindo um mundo para nós, os outros, os povos, os seres vivos e a natureza. Nossas ações continuam enfrentando embates com o paradigma mortal do capitalismo, com suas falsas soluções para as crises e com a ideologia fundamentalista conservadora.

Vivemos uma crise do sistema capitalista, racista e patriarcal que, para se sustentar, impõe brutais “medidas de austeridade” que obrigam a nós, os povos, a pagar por uma crise que não provocamos: são cortes nos orçamentos de todos os serviços sociais, diminuição de salários e de pensões, estímulo à guerras e avanço da mercantilização de todas as esferas da vida. Nós, as mulheres, pagamos o preço mais alto: somos as primeiras a ser demitidas e, além das tarefas domésticas mais habituais, somos obrigadas a assumir as funções antes cobertas pelos serviços sociais. Tais medidas carregam o peso da ideologia patriarcal, capitalista e racista e são expressão de políticas de incentivo para que voltemos ao mundo privado, ao mesmo tempo que estimulam o avanço da prostituição e da venda das mulheres, o aumento da violência contra nós, o tráfico e as migrações.

Denunciamos a contínua imposição de acordos de livre comércio, que tentam transformar os bens comuns como saúde, educação e água em mercadorias, e aprofundam um mercado de exploração da mão de obra barata nos países do Sul. Recusamos a cultura do consumo que empobrece mais as comunidades, gerando dependência e exterminando as produções locais.

Nos solidarizamos com as mulheres em luta na Europa, especialmente na Grécia mas também em Portugal, Galicia, Estado Espanhol, Itália e Macedonia, que se estão organizando para resistir à ofensiva neoliberal e retrógrada promovida pelas instituições financeiras e políticas, e seus próprios governos, a serviço dos interesses das corporações transnacionais. Nos solidarizamos também com todas as mulheres do Sul que enfrentam a fome, a pobreza, a superexploração do trabalho e a violência, mas que seguem construindo sua resistência.

Denunciamos o avanço da militarização em todo mundo como estratégia de controle dos nossos corpos, vidas, movimentos e territórios. A militarização garante o neocolonialismo, o novo saque e apropriação do capital sobre os recursos naturais e a manutenção do enriquecimento da indústria armamentista frente à crise. Constatamos com temor a ameaça de retorno do militarismo e do autoritarismo como valores na sociedade em diferentes países ao redor do mundo, como: no Oriente Médio, na Tunisia, Líbia e Egito, onde as mulheres e os povos continuam em luta contra todo tipo de ditadura fundamentalista e por uma verdadeira democracia; na Palestina onde as mulheres lutam contra o colonialismo e o sionismo; em diversos países Africanos – como em Senegal onde o governo se utiliza da força do exército por interesses eleitorais, ou no Mali onde grupos armados aterrorizam a população civil em sua luta pelo controle da região norte; em Honduras, México, Guatemala e Colômbia onde há processos de re-militarização; e em diversos países em Ásia-Oceania onde a presença das tropas militares dos Estados Unidos está sendo reforçada.

Nos solidarizamos com as mulheres e os povos em resistência e luta em todos os territórios que estão em guerra, sob controle militar e em risco de serem controlados, ou aqueles que vivem os impactos nefastos da presença militar estrangeira. Apesar disso, nós, mulheres, continuamos defendendo nosso território, corpo e terra da exploração dos exércitos regulares e irregulares, estatais e privados.

Denunciamos a estratégia coordenada dos meios de comunicação globalizados que buscam revigorar dogmas e valores conservadores, e que põem em risco as conquistas e avanços das mulheres em todo o mundo.

Os espaços de participação são fechados, o protesto é criminalizado, e o direito a decidir sobre nossos corpos é cerceado. Nossa autodeterminação reprodutiva está ameaçada onde a conquistamos, como, por exemplo, em diversos países da Europa (como Portugal e Espanha) e da América do Norte, nos quais o aborto é legalizado, mas este direito é atacado na prática por cortes dos orçamentos públicos que têm como alvo os hospitais e os serviços de interrupção da gravidez. Em muitos outros países, como na América Latina e vários países da Ásia-Oceania, as mulheres que abortam seguem sendo criminalizadas, como no Brasil, Japão e Vanuatu. No México, o aborto é legalizado no Distrito Federal e criminalizado no resto do país. Em Honduras, a pilula do dia seguinte foi proibida. Na Nicarágua, o aborto mesmo em situações de risco de vida para a mãe ou em casos de estupro se torna um crime através de uma Reforma Constitucional. A Rússia segue este exemplo com a primeirda dama à frente de campanhas para proibir o aborto em qualquer situação. Grupos auto-intitulados “pró-vida” defendem na realidade a morte das mulheres, insultam a nós e às profissionais de saúde na América do Norte, pressionam o parlamento para rever a lei na África do Sul e impedem qualquer discussão no Paquistão.

Nos solidarizamos com todas as mulheres que seguem lutando e enfrentando conflitos com a polícia, o Estado e o poder judiciário injusto, bem como com aquelas que enfrentam a violência que sofrem.

Frente a estas situações, estamos nas ruas, temos alternativas que já estamos construindo e vivenciando. Reiteramos que seguiremos nos fortalecendo, a partir de nossos corpos e territórios em resistência, aprofundando nossos sonhos de transformações estruturais em nossas vidas e marchando até que todas sejamos livres!

Fazemos um chamado à articulação de nossos movimentos e às alianças com os outros movimentos sociais, pois só assim construiremos um mundo em liberdade.

Em todo o mundo, 8 de março de 2012

quinta-feira, 27 de outubro de 2011

ENLACE organiza atividade com Gilbert Achcar em São Paulo



Gilbert Achcar, conhecido militante internacionalista libanês radicado em Londres, professor na School of Oriental and African Studies - SOAS, virá ao Brasil para participar do 35º Encontro Anual da ANPOCS. Por iniciativa do ENLACE, corrente interna do PSOL, o companheiro Gilbert irá participar de uma reunião para debater sobre a Primavera Árabe e outros processos naqueles países. A atividade será no domingo, dia 30 de outubro, na sede do PSOL em São Paulo capital (Dr. José Queiroz Aranha, 342 – Vila Mariana – Próximo ao metrô Ana Rosa), com horário a confirmar. Veja o link da programação da ANPOCS onde Gilbert irá participar como conferencista. http://www.anpocs.org.br/portal/images/quadrogeral.pdf

TIPNIS: Lula e Evo



27/10/2011 | Roberto Malvezzi (Gogó) *

Evo perdeu. Lula perdeu. Perdeu o BNDES. Perdeu o Brasil.

Foi com perplexidade que simpatizantes do governo Evo Morales reagiram ao ataque violento do governo boliviano à marcha indígena contra a estrada que corta a reserva TIPNIS. Essa simpatia está em todo o mundo, não apenas dentro da Bolívia.

Porém, os brasileiros tiveram que pôr mais uma pulga atrás da orelha. Somos acusados pelos próprios marchantes de sermos os maiores interessados na estrada. Na verdade, ela atenderia mais aos interesses do agronegócio brasileiro da região Oeste, visando os portos do Pacífico.

Financiada pelo BNDES, a obra teve Lula como lobista da OAS para convencer Evo. Poucos dias depois da visita a marcha começou. Agora, vencedor, o movimento se indigna contra o imperialismo brasileiro.

As nações indígenas, com suas tradições milenares, não se comportam politicamente pela cartilha marxista-leninista de tática e estratégia. Muito menos pelo oportunismo. Elas não fazem aliança hoje para descartar seus aliados no dia seguinte, conforme exigem as conveniências do poder. Ao contrário, o elemento chave em suas alianças é a confiança. E não se abandona um aliado por conveniência. E, uma vez traída, dificilmente essa confiança será restabelecida.

O que se viu na Bolívia foi a lógica da sabedoria milenar indígena, isto é, Evo tem que respeitar a aliança que o levou ao poder, não o povo respeitar os novos interesses de seu governo. O povo indígena foi para a rua e foi reprimido violentamente. O governo voltou atrás e pediu perdão, declarando TIPNIS intangível. Somente o futuro dirá se essa atitude vai ser suficiente para restabelecer a confiança mútua, ou se a história seguirá por outros rumos.

No Brasil o PT jogou fora aliados históricos, impõe seus projetos pela força, passa por cima de comunidades indígenas e quilombolas, vai para a América Latina e África impor os interesses imperiais de empresas brasileiras. Lula tem sido o embaixador desse sub imperialismo do capital.

Depois de TIPNIS, quem sabe o governo brasileiro, além de prejudicar Evo, aprenda a respeitar melhor os indígenas do próprio país. Ou então, nos falta um levante como na Bolívia.

* Roberto Malvezzi (Gogó) é membro da Equipe Terra, Água e Meio Ambiente do CELAM (Conselho Episcopal Latino-Americano) e assessor da Comissão Pastoral da Terra - CPT.

quinta-feira, 8 de setembro de 2011

ALERTA LILÁS nº 02



Companheiras

O processo do nosso encontro nacional de mulheres está caminhando. Vários estados estão se mobilizando e reunindo suas militantes para debater os temas propostos e para organizar o setorial de mulheres localmente, o que irá fortalecer nossa organização coletiva nacionalmente. Nos próximos finais de semana, irão acontecer encontros no Pará, Amapá e outros.

Nesse percurso, entretanto, tivemos alguns imprevistos estruturais que criaram algumas dificuldades para os processos estaduais do encontro. Devido às imposições da justiça eleitoral, alguns estados encontram-se em situação irregular no que tange a questões administrativas e, por esse motivo, não poderão acessar a ajuda de custo que estava prevista para a organização dos encontros estaduais. Isso dificultou a realização de alguns encontros, como é o caso do RN, MG, ES, PR, entre outros que manifestaram dificuldades diversas. Por outro lado, a coincidência das agendas dos congressos municipais do PSOL e dos encontros estaduais de mulheres também vem dificultando que a mobilização das mulheres em alguns estados seja feita a contento.

Por esse motivo, várias companheiras que estão dirigindo os processos estaduais solicitaram que a data do Encontro Nacional de Mulheres fosse adiada para depois do Congresso Nacional do partido, como forma de garantir que os estados que estão com dificuldade não deixem de participar desse momento tão importante para a luta feminista e para a auto-organização das mulheres.

Sendo assim, a comissão organizadora, reunida no dia 07 de setembro, decide adiar o 2º Encontro Nacional de Mulheres do PSOL para os dias 16, 17 e 18 de dezembro, na cidade do Rio de Janeiro. A data limite para a realização dos encontros estaduais de mulheres também foi adiada para o dia 11 de dezembro.

Solicitamos que os estados que decidiram adiar os seus encontros enviem um comunicado formal de seu adiamento para a comissão organizadora nacional até o dia 15 de setembro, pois precisamos nos reorganizar para acompanhar e contribuir com os encontros estaduais que manterão suas datas inalteradas.

Várias iniciativas estão sendo tomadas para que tenhamos bastante visibilidade no congresso nacional do partido e, ao mesmo tempo, para que tenhamos uma política de finanças própria das mulheres. Para isso, estamos providenciando materiais de divulgação e visibilidade do setorial, como camisetas, bandeiras e outros. Além disso, a revista sobre feminismo que está sendo organizada pelas mulheres do partido juntamente com a Fundação Lauro Campos será lançada durante o 3º Congresso Nacional, como forma de contribuição das mulheres a esse momento partidário.

Portanto, companheiras, mãos a obra! Precisamos intensificar nossa organização em torno desse processo, que está em sua reta final e que, seguramente, terá um resultado à altura do nosso compromisso com a construção do setorial de mulheres do PSOL.

Saudações feministas.
Comissão Organizadora do Encontro Nacional de Mulheres do PSOL.

quarta-feira, 30 de setembro de 2009

LILITH


"Não sou feita de um pedaço teu.
Sou criação independentefeita do mesmo pó
e de saliva e sangue
Desejo e vida
Prefiro o exílio à submissão
Sou teu maior temor
E também teu maior desejo,
mas não podes possuir-me
Pois sou livre
Não sou tua
Sou minha
Eu sou a paixão da noite
Sorrateiramente apareço
em teus sonhos ardentes,
nas noites de Lua Nova
Se permaneço ou sigo adiante
não terás certeza
Pois não sou caminho
Sou abismo
Sou mulher com asas
Meu desejo é a igualdade
De direitos
De prazeres
de ficar por cima
Sou mulher indomada,
Assumo o meu poder
com destemor e força,
entusiasmo e prazer".

(Fabiane Ponte)